O Distrito Federal já teve diversas
políticas na área de segurança que não lograram continuidade, com patente
prejuízo para a população. É notável a falta de uma política de segurança que
seja permanentemente aperfeiçoada e que tenha continuidade, com princípios,
metas precisas, diretrizes e objetivos exatos, elaborados a partir da livre
manifestação da comunidade sobre as diversas vertentes envolvidas, contendo
também, como seus executantes, profissionais e cidadãos dedicados e imbuídos de
alto espírito público. O mesmo ocorre em todo o Brasil, com grande prejuízo
para o Estado e a sociedade civil. Daí porque, é necessário criar um Plano
Diretor de Segurança Pública, não como parte de uma política de governo, mas
como política de Estado, que perpasse vários governos e se estatua em uma
diretriz a ser cumprida pelos diversos governantes que se sucedam, não se
limitando apenas a quatro ou oito anos de mandato.
A implantação de um policiamento mais ostensivo, que
requer um aumento do efetivo de
policiais militares, ainda se constitui como quase inexistente, o que facilita
a ação dos bandidos e deixa a população sem proteção. É preciso que se melhore a integração entre a Polícia Civil, a
Polícia Militar e os demais órgãos do sistema de segurança pública no DF e se criem canais de comunicação da
comunidade com a polícia, pois a policia tem que estar disposta a ouvir o que a
população tem a dizer com relação a propostas para melhorar a Segurança Pública.
Falta
um policiamento mais presente que realmente realize rondas. Urge um efetivo policiamento comunitário nas cidades
do DF, além do policiamento ostensivo, de forma que os policiais militares passem
a conhecer os habitantes das cidades em que estão lotados e as lideranças
locais de suas jurisdições, dado que o policial e o cidadão devem conhecer-se e
respeitar-se. Desse modo, o
policiamento passaria a ser mais atencioso para com a população, atuando de
forma comunitária, vendo cada morador como amigo, e não como potencial inimigo.
O policiamento comunitário poderia ser feito com
rondas noturnas sistematizadas nas quadras, a cavalo, de moto, de bicicleta
e/ou a pé, visto que, de carro, os PMs tendem, involuntariamente, a não travar
contato direto com os moradores e transeuntes. Seria importante a autoridade
policial mapear as áreas críticas das diversas Regiões Administrativas onde ocorrem
crimes e contravenções, para os policiais orientarem-se no sentido de agir mais
nesses locais, instalando tendas periódicas e rotativas de policiamento
comunitário em tais pontos críticos. Também um mapeamento dos possíveis pontos
de fuga de marginais nas entradas e saídas das quadras das cidades-satélites
facilitaria a perseguição policial aos bandidos.
Os
postos policiais necessitam ser repensados como alternativas, pois, se for para continuarem a existir os
postos policiais, não é aceitável que haja neles somente dois policiais
estáticos, tem de haver mais, com alguns fazendo rondas e podendo sair do posto.
Isso ajudaria a descentralizar a atuação
dos Policiais Militares, pois estão muito fixados em um só ponto, deixando as
demais áreas sem ser visitadas pelo policiamento.
Quanto
à polícia civil do DF, os atendimentos têm deixado a desejar. Nas Delegacias de
Polícia, criou-se uma prática de “polícia só no balcão”, desmotivadora de
registro de ocorrências, precárias investigações, com o não-pronto-atendimento
ao popular vítima de assalto, furto ou roubo, o que leva muitos a não mais
voltar à delegacia para registrar novos assaltos, pois parece ser vazio o trabalho
aos olhos da população. O procedimento, na Delegacia de Polícia, precisa ser de
mais respeito ao cidadão.
A
Polícia Civil necessita sistematizar uma recepção mais eficaz à
população, tendo em vista o grande número de reclamações de demora no
atendimento nas delegacias, jogos de empurra (“meu colega atende, espera um
pouco...”), a impressão é de que o agente está prestando um favor em atender ao
cidadão, e não de que cumpre uma obrigação profissional. Com o intuito de
melhorar o atendimento, há
que implementar-se uma política de Segurança Pública que consiga fazer com que
os policiais civis estejam mais motivados para
registrar as ocorrências delituosas nas Delegacias.
(Cruzeiro-DF, 15 de dezembro de 2013) ATENÇÃO: O blog Professor Salin Siddartha é atualizado com nova matéria apenas aos domingos!
Lembrando também, que precisa ser corrigido as distorções salariais que existem entre os diversos órgãos do sistema de Segurança Pública, onde um 2 Sargento Policial ou Bombeiro Militar com 20 anos de serviço ganha 5.700,00 enquanto um agente de trânsito recém formado ganha 12.000,00. Assim não dá!
ResponderExcluirUma pura falta de respeito com os Policiais e Bombeiros que são os que carregam o piano da segurança nas costas.....
ResponderExcluirO Brasil inteiro padece do mal, uma das jabuticabas institucionais brasileiras, chamado Polícia Militar. Clama pela desmilitarização das polícias estaduais. Se é militar não é polícia e se é polícia não é militar. E Ministério da Defesa ou os Comandos Militares param de determinar a formação e o modus operandi das mesmas. Enquanto isso não for feito, não tem sistema de segurança que se sustente.
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