Recebi, no dia 22 de novembro,
e-mail do Sr. Jeferson Meira, morador da quadra 805 do Cruzeiro Novo-DF,
preocupado, segundo diz em seu e-mail, com o “grande número de árvores sendo assassinadas pelo GDF”. Transcrevo
abaixo um trecho do texto de Jeferson:
“Hoje, mais uma vez
me cortou o coração ao ver pássaros voando desesperados com seus ninhos e
filhotes sendo destruídos em mais uma ação, sem critérios, da derrubada e poda
no tronco de várias plantas.
“Em frente ao meu
prédio, 805 A, derrubaram duas frondosas árvores sadias e que abrigavam
revoadas de periquitos.(...) Lamentável, e o pior de tudo, é que não há uma
política de replantio de novas árvores. O Cruzeiro Novo está perdendo
gradativamente suas raras áreas verdes e comprometendo a qualidade de vida dos
moradores (...)”
Realmente, constata-se que, não
só no Cruzeiro, mas também em todo o Distrito Federal, o GDF tem cometido
verdadeiros atentados criminosos ao meio ambiente, especialmente com relação à
derrubada de árvores e podas desastrosas feitas, inclusive, fora de época.
Cite-se, como exemplo, a retirada das árvores plantadas há décadas no Balão da
Dona Sarah (antigo balão da estrada do Aeroporto de Brasília).
A manutenção da natureza e o
equilíbrio do meio ambiente não é levado a sério pelo atual governo. Propostas
absurdas, como a que implanta comércio no local onde está o canteiro central do
Eixo Monumental, a criação de um setor hoteleiro e habitacional para ser
implantado nos lotes onde se situam os clubes às margens do Lago Paranoá, o
anúncio da criação de um novo bairro residencial entre São Sebastião e Santa
Maria, para comportar, de imediato, 900 mil moradores, são descalabros
inacreditáveis e irresponsáveis de um governo local que não se preocupa com a
sustentabilidade já tão precária do DF.
O custo de tais impactos na
natureza e na qualidade de vida do cidadão reverte-se irreparavelmente em
poluição e graves problemas de saúde. É que o Governo do Distrito Federal
encara o meio ambiente de forma meramente burocrática, cartorial, como um peso
a atrapalhar o desenvolvimento, como se a sustentabilidade não fosse algo de
importância mensurável. Assim, o meio urbano, a cada dia, apresenta-se mais
ambientalmente insustentável na Capital da República.
Não é possível, no século XXI,
conceber gestão pública que não priorize o desenvolvimento sustentável e a
defesa do meio ambiente. A organização do desenvolvimento tem de levar em conta
a complexidade do crescimento urbano e as novas concepções a respeito da
relação entre o homem e o ambiente natural.
É uma falácia considerar que
países em desenvolvimento, como o Brasil, têm de decidir entre crescimento econômico
e qualidade ambiental, inclusive devido ao fato de a questão do desenvolvimento
não se limitar ao aspecto econômico, mas a tudo o que se encontra na junção
entre política, sociedade, ambiente natural e economia, na dinâmica histórica,
na perspectiva que propicie a sustentabilidade para todos os seres humanos.
Voltando à desarborização que
assola o Cruzeiro Novo, citada no e-mail de Jeferson Meira, bem como as
diversas regiões administrativas do Distrito Federal, o GDF deveria criar
Forças-Tarefa ambientais, no âmbito das Administrações Regionais, formadas por
representantes dos movimentos sociais e das entidades representativas dos
moradores, empresários, trabalhadores e instituições sociais
não-governamentais, presididas pelos Administradores Regionais, para planejar e
executar uma política de defesa do meio ambiente e da sustentabilidade dos
bairros e das cidades. Assim, Jeferson, a atual Administração Regional do
Cruzeiro poderia engajar-se comprometendo, inclusive, o atual Administrador na
tarefa de reverter os males causados ao meio ambiente daquele bairro.
(Cruzeiro-DF,
24 de novembro de 2013)
ATENÇÃO: O blog Professor Salin Siddartha é atualizado com nova matéria apenas aos domingos!
ATENÇÃO: O blog Professor Salin Siddartha é atualizado com nova matéria apenas aos domingos!
Obrigado caro Salin, pela publicação da denúncia. A propósito, para minha maior indignação, 2 dias após eu enviar a denúncia, a única árvore que restou no meu bloco, um Pajeú com ninhos de pássaros, foi derrubado pelos orgãos do GDF. Mais uma vez ,não souberam explicar os reais motivos. Socorro!
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